Juiz de marcha atlética: a profissão mais chata do Pan
Por: Sportclick News em Últimas Notícias • 24/10/2011
Em Guadalajara, milhares de voluntários, profissionais e membros de delegações trabalham sem parar para fazer os Jogos Pan-Americanos irem em frente. Mas qual seria a profissão mais chata de todas? O R7 tem um palpite: juiz de marcha atlética.
Guatemala faz dobradinha na marcha
Na marcha, o atleta não pode tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo, nem dobrar o joelho enquanto ele estiver no ar. O papel dos juízes é ficar de olho nesses detalhes e, quando necessário, desclassificar os infratores reincidentes.
O problema é que não é tão simples assim. Muitos deles ficam em pequenas arquibancadas, parados e de pé por toda a duração da prova. E não é por pouco tempo que eles precisam ficar de olho unicamente na perna dos atletas, como explicou Miguel Angel Rodríguez, coordenador de arbitragem da marcha atlética no Pan.
- É complicado nesta temperatura. Quando está nublado, é bem mais fácil de ficar aqui. Mas estamos acostumados. Temos que trazer água e comida, pois vamos ficar de pé às vezes mais de cinco horas, contando duas horas antes do início da prova e duas depois do final. É difícil.
As provas de marcha atlética 20 km masculina e feminina ocorreram neste domingo (23) em Guadalajara. Sob um forte sol ao meio-dia, era possível ver alguns juízes claramente incomodados com o calor. Contudo, eles não podiam tirar o olho dos pés dos atletas. Sentar também não dava: não havia cadeiras.
Três brasileiros caíram nas garras dos juízes da marcha neste domingo. Erica Sena, Moacir Zimmermann e Caio Bonfim foram desclassificados. E, para suportarem o trabalho mais chato do Pan, os juízes se apegam às amizades.
- É cansativo, mas nós crescemos dentro do atletismo. Vir aqui é bom, pois revemos os velhos amigos, com quem competimos antes, e também conhecemos pessoas novas e os atletas, então nesse ponto é interessante.
Apesar de Miguel Angel ter dito que não há diferenciação entre os competidores, o brasileiro Caio reclamou muito após a desclassificação nos últimos metros da marcha.
- Ninguém gosta de perder, mas perder para a arbitragem é pior ainda. A arbitragem sempre quer aparecer. É sempre assim. Você pega as filmagens e não vê nada.
Ou seja: eles ficam de pé, no calor, por quase cinco horas e, para completar, ainda são odiados por todo mundo.
fonte: R7