Por: Sportclick News em Últimas Notícias • 16/10/2020


Bragança Paulista – Com a participação de cinco atletas – três no masculino e dois no feminino -, o Brasil disputa neste sábado (17/10) o Campeonato Mundial de Meia Maratona, marcando a retomada das competições organizadas pela World Athletics (ex-IAAF), depois da pandemia global da COVID-19. O evento, que deverá reunir 283 inscritos (157 homens e 126 mulheres), de 62 países, será disputado num circuito de aproximadamente 5,5 km na cidade de Gdynia, na Polônia.
 
A largada da prova feminina está marcada para as 11 horas locais (6 horas de Brasília). Uma hora e meia depois será dado o tiro de partida para a competição masculina. Só participam atletas de elite, convocados pelas federações nacionais. Os cerca de 27.000 amadores inscritos na corrida de 21,195 km, inicialmente prevista para o dia 29 de março, podem participar de uma prova virtual. O circuito, por causa da pandemia, também foi alterado de um percurso de 21 km para voltas em um circuito menor.
 
Os representantes do Brasil são Ederson Vilela Pereira (Pinheiros), Daniel Ferreira do Nascimento (ABDA) e Gilmar Silvestre Lopes (Cruzeiro/Caixa) no masculino, Valdilene dos Santos Silva e Andreia Aparecida Hessel (ambas do Pinheiros), no feminino. Acompanham os atletas o treinador Claudio Roberto de Castilho (SP), o médico André Luís Lugnani de Andrade (CBAt) e o fisioterapeuta Ricardo Zacharias de Souza (CBAt).
 
Medalha de ouro nos 10.000 m nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, Ederson Pereira é um dos destaques do Brasil. Líder do Ranking Brasileiro de Meia Maratona nas últimas duas temporadas, o corredor paulista, de 30 anos, tem como objetivo bater o seu recorde pessoal de 1:03:47, obtido em Buenos Aires (ARG), em 2018.
 
“Depois da pandemia, corri apenas uma prova de 10.000 m, no dia 3 de outubro, em Bragança Paulista. Gostaria de ter competido mais, mas infelizmente não foi possível. Os treinos foram bem executados”, disse o atleta, que mora em Caçapava, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. “Mesmo sem o ritmo ideal de prova, espero fazer uma boa competição e representar bem o Brasil. A expectativa é grande de disputar o Mundial, ainda mais num ano difícil como 2020. Quero quebrar minha melhor marca pessoal.”
 
Bicampeão do Troféu Brasil Caixa, Ederson lidera o Ranking Brasileiro dos 10.000 m desde 2017. “É muito bom retornar às competições, ainda mais em alto nível”, concluiu o atleta, que no ano passado venceu a 21ª Volta Internacional da Pampulha, de 18 km, em Belo Horizonte.
 
Líder do ranking brasileiro da meia maratona de 2020, Daniel Ferreira do Nascimento está animado para a competição. Ele obteve o tempo de 1:04:34 ao vencer a Meia Maratona de São Paulo, em fevereiro. “Estou muito confiante para disputar e representar o Brasil no Mundial, meu primeiro na categoria adulto. Conseguimos fazer uma boa preparação e espero obter uma grande marca no Mundial”, comentou o paulista de 22 anos, recordista brasileiro sub-20 dos 10.000 m (29:13:34) e sub-18 dos 3.000 m (8:26:90) e dos 2.000 m com obstáculos (5:45:22).
 
Já o técnico Adauto Domingues aposta num bom rendimento também de Gilmar Lopes. “O Gilmar está bem. Espera fazer uma grande prova. Ele ficou aborrecido com a pandemia, de ficar sem competir. Ele está muito ansioso para correr o Mundial e espero que isso não atrapalhe. O Mundial não vai ser fácil. Tem gente correndo em ritmo alucinante”, comentou o treinador.
 
Valdilene dos Santos Silva lamenta as dificuldades de preparação. “Não estamos pensando em marca, porque a preparação foi um pouco limitada, por não ter conseguido treinar nos locais que a gente está acostumada, devido às restrições da pandemia. Acho que será uma das edições mais fortes”, disse Valdilene.
 
Já para Andreia, Mundial será o retorno aos eventos internacionais após um ano. "Minha última prova foi o Mundial de Doha, no Catar, em 2019. Na semana passada, corri uma prova de 10.000 m, em Bragança Paulista. A expectativa é sempre a melhor.”
 
Já o técnico Claudio Castilho lembra que a ansiedade será natural, devido aos problemas causados pela pandemia. “Pelos resultados, parece que o mundo não parou”, disse o treinador do Brasil. “Elas estão treinando para a Maratona de Valência, marcada para o dia 6 de dezembro, quando tentarão buscar o índice para Tóquio (2:29:30). A competição será forte, mas a expectativa é boa, não tem ninguém machucado. Otimismo é grande para fazer uma boa participação.”
 
O Brasil tem duas medalhas de bronze na história da competição: com a equipe masculina, formada por Artur de Freitas Castro, Delmir Alves dos Santos, Ronaldo da Costa e Edvaldo de Souza, no Campeonato de Tyneside (GBR), em 1992, com 3:05:56 (só contam os tempos dos três primeiros da seleção), e com Ronaldo da Costa, em Oslo (NOR), em 1994, com 1:00:54.
 
Em uma temporada totalmente comprometida pela pandemia, que causou um drama humanitário em todo o planeta, o Mundial de Meia Maratona é uma esperança ao reunir estrelas como Joshua Cheptegei, de Uganda, que bateu recentemente os recordes mundiais dos 5.000 m e dos 10.000 m. Cheptegei estreará nos 21,195 km, mas já recebe os holofotes de todo o mundo.
 
Protocolos – A realização do Campeonato de Mundial de Meia Maratona enfrentou desafios enormes, contidos em diversos protocolos exigidos pela pandemia. Um exemplo disso é que os brasileiros estão tendo de atender às determinações previstas nas Políticas de Saúde Pública da Polônia, como o uso de máscaras em todos os locais públicos, exceto nas refeições, nos treinamentos e competições.
 
A Seleção chegou ao hotel de Gydnia na quinta-feira (15/10) e antes de mais nada teve de fazer o exame PCR, isolada numa área da rede Accor Live Limitless. Todos deram resultados negativos para o novo coronavírus e foram liberados para o check-in e o jantar. Nesta sexta-feira (16/10), treinaram pela manhã perto do hotel. Só o técnico Claudio Castilho fez o reconhecimento do percurso, mais uma medida de cautela. "Eles treinaram no horário das provas e fui ver o percurso e na reunião vou passar as informações a todos. Demoramos três horas para sermos liberados no hotel, mas os protocolos são importantes", concluiu o treinador. Antes da viagem, todos tiveram de fazer o exame no Brasil
 
A delegação brasileira participa do evento graças ao Programa de Apoio Caixa de Competições das Seleções Brasileiras.
 
A Caixa é a Patrocinadora Oficial do Atletismo Brasileiro.
 
Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe -helenifelippe@cbat.org.br - (11) 99114-1893 e (11) 99142-2951; João Pedro Nunes - joaonunes@cbat.org.br - (11) 99158-8337 e Maiara Dias Batista - maiara@cbat.org.br - (11) 99127-2369.

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