Abertura do Brasileiro sub-17 de atletismo tem jovem que treina nas ruas do Pará no top-15 mundial

O Campeonato Brasileiro de atletismo sub-17 e sub-20, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), começou na manhã desta quarta-feira, 16, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Até domingo, 20, a competição vai reunir 335 atletas na pista e no campo do complexo localizado na zona sul da capital paulista. 

 

Logo na primeira sessão do evento, o maranhense Luís Fernando Moraes, de 16 anos, velocista da Associação Paralímpica de Marabá (PA), fez os 100m da classe T35 (paralisados cerebrais) no tempo de 13s17, o que seria o 14º do mundo neste ano, caso a marca fosse validada para o ranking do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). 

 

Nascido em Vitória do Mearim (MA), Luís mora e treina três vezes por semana em Marabá. Uma na pista e duas nas ruas, em meio a carros e pedestres, conforme relatou seu técnico Arionaldo Borges. O treinador mede a distância de 100m com uma trena, demarca o espaço da corrida e pede para o atleta parar quando os veículos passam pela via.

 

Luís está no atletismo desde 2019, depois de praticar natação por um curto período. Desde então, ele disputou Paralimpíadas Escolares, outra competição organizada pelo CPB, e uma edição do próprio Brasileiro de atletismo sub-17. No ano passado, ele conquistou três medalhas de ouro nas Paralimpíadas Escolares (75m, 250m e salto em distância). Já no Brasileiro, ele foi campeão nos 100m, no qual registrou a marca de 13s86, nos 200m e no salto em distância. 

 

“O tempo [de 13s17] foi bom. Eu me atrapalhei um pouco na saída, mas vou evoluir durante a competição. Agora, espero continuar melhorando para disputar os Jogos Paralímpicos de 2028”, disse o maranhense, que ainda irá competir nos 200m e no salto em distância nesta edição do Brasileiro. Sua inspiração no esporte é Henrique Caetano, velocista que representou o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Na capital francesa, ele fez os 100m em 11s85, porém não subiu ao pódio.

 

Outro destaque desta manhã de quarta-feira no Brasileiro foi Isadora Lohany Rosa, 16, da CEPREVI-SP, que fez os 100m da classe T46 (amputados de braço) em 13s93, tempo que estaria entre os 40 melhores do mundo em 2024.

 

O Brasileiro de atletismo sub-17 e sub-20 continua na tarde desta quarta-feira e vai até domingo, com exceção de sexta-feira. A competição tem o objetivo de identificar novos talentos nacionais da modalidade, em provas de pista e campo, nas quais o país tem a maior quantidade de medalhas conquistadas em Jogos Paralímpicos: 206 (58 ouros, 81 pratas e 67 bronzes). O Brasil foi o terceiro melhor país na modalidade nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, ficando apenas atrás da China e Estados Unidos.

 

Patrocínios

As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.

 

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)